Quem trabalha com supermercado sabe: a conta de energia pesa, e muito. O vilão? A refrigeração. Ela mantém os produtos em temperatura ideal, mas também devora eletricidade de um jeito que assusta quando chega a fatura.
A boa notícia é que dá para virar esse jogo. Supermercados de diferentes tamanhos já estão conseguindo reduzir o consumo em até 30% usando tecnologias que existem hoje no mercado. E não estamos falando de gambiarras, são soluções que funcionam, trazem retorno rápido e ainda melhoram a operação.
O segredo está em dois lugares
Pense assim: você tem um balde furado tentando encher com água. Não adianta usar uma mangueira mais potente se o balde continua vazando, certo? Com refrigeração é parecido.
Existem dois caminhos para economizar de verdade: diminuir o calor que entra no sistema e fazer o equipamento trabalhar de forma mais inteligente. Um sem o outro não resolve. Você pode automatizar tudo, mas se o isolamento está comprometido ou o projeto foi mal feito, vai continuar jogando dinheiro fora.
Primeiro desafio: menos calor entrando
Vamos começar pelo óbvio que todo mundo ignora: o isolamento térmico. Aquele painel de 15 anos atrás, meio úmido, com emendas mal feitas? Ele está sangrando frio (e dinheiro) o tempo todo. Trocar ou reformar o isolamento parece caro, mas é investimento que se paga sozinho.
As portas são outro ponto sensível. Sabe aquela borracha de vedação toda deformada? Cada frestinha é uma avenida para o calor entrar. E não é só a vedação não, é a frequência que essas portas abrem. Câmaras que ficam se abrindo o dia inteiro precisam de cortinas de ar, portas automáticas ou até uma antecâmara para minimizar o impacto térmico. Principalmente nas câmaras negativas, onde a diferença de temperatura é brutal.
Tem também uns detalhes que parecem bobagem, mas fazem diferença. Câmara no sol? Péssima ideia. Lâmpada incandescente dentro da câmara? Calor desnecessário. Gente entrando e saindo o tempo todo? Cada pessoa é uma fonte de calor andante. LED resolve a iluminação, e organizar melhor o fluxo de trabalho reduz o tempo que a equipe fica lá dentro.
E tem um erro clássico: usar câmara de estocagem para congelar ou resfriar produto. A câmara é para guardar o que já está frio, não para esfriar o que está quente. Para isso existem túneis de congelamento e chillers. Quando você mistura as funções, força o sistema além da conta e o consumo dispara.
Um case interessante: redes que fecharam aqueles expositores abertos (sabe, aqueles de hortifrúti e laticínios?) viram a carga térmica cair até 40%. É uma mudança simples, mas o impacto é gigante.
Segundo desafio: sistema trabalhando com inteligência
Beleza, você diminuiu o calor que entra. Agora é hora de fazer o sistema trabalhar melhor com o que resta.
Antes de sair comprando automação, vale revisar o projeto. O tipo de sistema (expansão direta, bombeado, secundário), o compressor escolhido, como a condensação funciona, qual gás refrigerante está sendo usado, tudo isso influencia. Um projeto mal dimensionado vai te entregar pressões altas, temperaturas de condensação fora do ideal e um monte de componente trabalhando no limite. Resultado? Consumo elevado e manutenção constante.
Agora sim, com o projeto ajustado, a automação faz a mágica acontecer. Inversores de frequência nos compressores e ventiladores, soft starters para os motores grandes, ventiladores EC (os eletrônicos de vazão variável), válvulas de expansão eletrônicas, tudo isso torna o sistema responsivo. Ele passa a se adaptar conforme a necessidade real, sem ficar ligando e desligando o tempo todo ou rodando no máximo desnecessariamente.
Mas atenção: não adianta ter tudo isso se não houver um maestro coordenando. Precisa de um CLP ou sistema supervisório que integre tudo e tome decisões em tempo real. Senão, você tem um monte de equipamento moderno funcionando cada um por si, e o ganho de eficiência evapora.
Manutenção não é luxo, é obrigação
Sistema nenhum mantém performance se for abandonado. Limpeza de condensadores, calibração de sensores, verificação de vazamentos, isso não é frescura, é o básico para garantir que o equipamento continue entregando o que prometeu.
Hoje, muitas empresas usam monitoramento remoto. Você consegue ver em tempo real se algo está fora do padrão e corrigir antes que vire um problemão (e uma conta astronômica). É tipo ter um técnico vigiando o sistema 24 horas, sem precisar pagar extra por isso.
Vale a pena mesmo?
Sim. E os números provam.
Supermercados que implementaram essas melhorias (do isolamento até a automação inteligente) estão economizando de 20% a 30% na energia elétrica. Em alguns casos, o retorno do investimento acontece em menos de dois anos. Fora que o sistema fica mais confiável, os produtos conservam melhor e você ainda ganha pontos em sustentabilidade, o que hoje em dia vale tanto quanto economizar.
E agora?
Se o seu supermercado ainda não passou por esse tipo de modernização, vale a pena avaliar. A Frigocenter trabalha justamente com isso, projetos personalizados que equilibram eficiência energética com performance real. Nossa equipe técnica consegue mapear onde estão os gargalos do seu sistema e propor as soluções que fazem sentido para o seu negócio.



